O padre Católico investigador da causa de canonização de G. K. Chesterton disse que reconheceu um “parentesco espiritual” entre o escritor inglês e apologeta católico e a homônima de sua paróquia, Santa Teresa de Lisieux [Santa Teresinha do Menino Jesus].
Um ano atrás foi anunciado uma investigação sobre a causa de Chesterton que seria aberta e o Padre John Udris foi o encarregado de conduzi-la ao bispo, Bispo Peter Doyle, de Northmpton.
Atualmente o diretor espiritual do Seminário Santa Maria de Scott, foi pároco na paróquia de Chesterton, Santa Teresa, em Beaconsfield. Chesterton (1874 – 1936) foi um agnóstico que se converteu ao Catolicismo em 1922 e se tornou um dos maiores defensores do Catolicismo que se pode conhecer.
Padre Udris falou em 1 de Agosto durante a 33ª Conferência Chesterton na Universidade de Santa Maria do Lago, em Mundelein, nos Estados Unidos. O encontro de 31 de Julho a 2 de Agosto foi realizado pela American Chesterton Society.
No ano passado o Padre Udris falou para os estudiosos de Chesterton, entrevistando e lendo cartas de pessoas que conheceram Chesterton enquanto ele estava vivo, e discorrendo sobre o amontoado de escritos de Chesterton, incluindo livros, artigos de jornais, poemas e peças de teatro.
Na conferência ele discursou sobre as semelhanças que descobriu entre Chesterton e Santa Teresinha, cuja autobiografia História de uma Alma e “pequena via” de santificação das pequenas tarefas da vida para Deus fizeram dela uma das mais populares santas do século passado.
Padre Udris disse que, até agora, ele encontrou duas referências de Santa Teresinha nos escritos de Chesterton – uma alusão depois de ter feito uma peregrinação a Lourdes, França – mas ele acredita que eles são “almas gêmeas”, ou irmão e irmã espirituais.
Ele destacou três virtudes que Chesterton e Santa Teresinha compartilham: humildade, gratidão e infância espiritual. “Estas foram algumas das luminosas realidades que fizeram ambos os corações queimarem”, disse ele.
O padre disse que, durante a pesquisa, ele encontrou um popular consenso de que a grande personalidade pública de Chesterton desmentia a grande humildade que o fundamentava.
Ele apontou para a estátua de Maria segurando Jesus que Chesterton deu para sua paróquia. Ela é retratada como uma camponesa em roupas simples e descalça. Humildade para Chesterton era “o pé firme… que segura o chão como árvores”, disse o Padre Udris.
“Ele e Teresinha, assim como Nossa Senhora, foram abençoados com os pés firmes”, ele acrescentou. “Humildade é o caminho em que nós permanecemos presos no mundo real, no mundo de Deus, no mundo onde tudo é um presente. E, portanto, é mais maravilhoso do que qualquer coisa que poderíamos ter sonhado para nós mesmos.”
Padre Udris disse que se Chesterton viveu uma vida de heróica virtude – que é uma parte do exame de investigação de santidade – isto é ilustrado por sua “grande humildade”.
Foi através do desejo da virtude da humildade, ele disse, que cada um procurou viver em um constante estado de gratidão.
“Gratidão é o que permeia ambas autobiografias”, disse o Padre Udris. “Da primeira página de “História de uma Alma”, Teresinha quer cantar as misericórdias do Senhor, e (na autobiografia de Chesterton), nós escutamos como levar as coisas com gratidão e não como se as tivéssemos por garantias, esta era a idéia chefe de sua vida.”
Com respeito à “infância espiritual de Chesterton”, disse Padre Udris, que, enquanto pároco da capela de Santa Teresinha, ele conheceu uma mulher chamada Lucy que em sua infância costumava coletar marshmallows para os Chestertons. Ela deveria deixá-los na porta da cozinha da esposa de Chesterton, Frances.
Uma vez, disse Padre Udris, Lucy começou a passar direto pela casa quando Frances chamou-a de volta.
“Ela disse que o marido dela queria conhecê-la. Eu me lembro (Lucy) me contando de quão honrada ela se sentiu por ter sido levada ao estudo desse grande homem e de como, ao passar pela porta, aqueles sentimentos foram virados de cabeça para baixo pelo fato de que Chesterton, ao sair de sua cadeira de estudos ficou muito mais admirado com a presença dela entrando na sala. Que tal isto?”, disse Padre Udris.
Chesterton nunca quis se acostumar com surpresas. Ele disse, “Coisas crescem novas como eu cresço velho”, e isto me traz à mente que a ambição memorável de Teresa – “Eu quero ficar pequena e me tornar menor mais e mais”… Há algo na pequenez, algo na vulnerabilidade que fez com que ambos os corações queimassem. E este algo é realmente a natureza do nosso Deus.
Santa Teresinha nasceu em 1873, um ano antes de Chesterton, mas ela morreu em 1897. Chesterton morreu em 1936.
O Padre Udris disse que ele não sabe se Chesterton leu a autobiografia de Santa Teresinha, mas “ele realmente encontrou parentesco espiritual dela? Acredito que sim.”
Artigo original: https://catholicherald.co.uk/news/2014/08/06/chesterton-and-st-therese-were-soul-twins-says-priest/
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