Em defesa da filosofia de Chesterton, G. H. Duggan, S.M.

 Foi uma surpresa encontrar na edição [da Chesterton Review] de fevereiro-maio de 1989, que só recentemente veio ao meu conhecimento, o artigo no qual o Padre Gabriel Daly, O.S.A, lançou um ataque contínuo à filosofia de Santo Tomás de Aquino. Isso chegou como uma surpresa, porque a filosofia de Chesterton, em todas as questões básicas, estavam de acordo com a filosofia do Aquinate.

Em filosofia, o Padre Daly é obviamente cometido com o “Tomismo Transcendental” de Joseph Marechal, Karl Rahner, Bernard Lonergan, Edward Coreth e outros. Este sistema filosófico é radicalmente incoerente porque ele tenta criar uma síntese de dois sistemas que são contraditórios — o Subjetivismo de Kant e o Realismo do Aquinate. “Hoje”, Gilson escreveu em God and Philophy, “nossa única escolha é entre Kant e Tomás de Aquino”. Marechal não concorda. No mundo moderno, ele argumenta, devemos começar com Kant, aceitando seu postulado, derivado de Descartes, que o objeto primário do conhecimento é nosso ato do pensamento e, partir daí, para o desenvolvimento de uma metafísica Realista.

É uma especulação que não pode ter sucesso, pois, como Kant claramente viu, se você aceita sua epistemologia, uma metafísica Realista está fora de questão. A metafísica Realista de Santo Tomás de Aquino é possível somente se você aceita sua epistemologia Realista — a visão de que o que a mente primeiro conhece é a realidade fora dela. E é claro que, desde Ortodoxia até [a biografia de] Santo Tomás de Aquino, a epistemologia de Chesterton era Realista, como a de Santo Tomás, e não Subjetivista, como a de Descartes, Kant, Rahner e os demais. E ele seria o último a aceitar a argumentação do Padre Daly de que a passagem de sete séculos fez com que a filosofia de Santo Tomás se tornasse irrelevante para o mundo moderno.

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