Padre Brown no Concílio Vaticano II, pelo Padre Alain Lorans, FSSPX

 Ao final de seu livro Hereges, Chesterton escreveu: “Ao abandonar doutrina após doutrina, num refinado ceticismo, ao recusar filiar-se a um sistema, ao dizer que superou definições, ao dizer que duvida da finalidade, quando, na própria imaginação, senta-se como Deus, não professando nenhum credo, mas contemplando todos, então está, por intermédio do mesmo processo, emergindo lentamente na indistinção dos animais errantes e na inconsciência da grama.” 

Assim ele denunciou, com seu robusto senso comum, a era da dúvida universal em que a modernidade tem lançado a mente humana. O que Chesterton teria dito se tivesse escutado que entre 1962 e 1965 um Concílio seria realizado no Vaticano, e que enquanto a Igreja Católica estava sendo desafiada pela modernidade cética, o Concílio responderia recusando fazer qualquer tipo de definição dogmática, estando contente com meras declarações pastorais?

Penso que ele teria tomado sua pena novamente: “Quando um homem afirma ter superado as definições…, ele afunda lentamente para trás na imprecisão dos animais errantes e na inconsciência da grama. Árvores não têm dogmas. Nabos são singularmente tolerantes.” Padre Brown, o famoso detetive-herói de Chesterton teria, sem dúvida, querido um Concílio que fosse doutrinariamente autoritário e menos… vegetativo. Um Concílio imune à imprecisão graças à precisão de seus dogmas.

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